quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A Piracema *

O amor que nos quero é amor de amor
Não é amor de um amor só, ou
de tantas polegadas, ou
de véu e de contrato.

O amor que nos dou é amor que é meu,
Nos sou não por dez promessas, ou
de chuva no ser-tão, ou
por sua sedução.

Mas, se o amor que nos tomar
for amor de madrugada, se
nele coubermos em metades,
Que nos caiba então.

Por ser-nos amor, não só o que quero,
Venha como for: Por dez chuvas,
Ser-tão e sedução; Pelas
promessas de polegadas.

Mesmo as arruelas dos desesperados
Podem vir vingar em nossas bandas.
Que vire, até, amor de um amor só.

Não que rogue praga, mas nem
véu e nem contrato, seriam
de completa perdição.

Correm os dicionários nas ruas que contravim,
os sentidos, mas sem sentido.

Que, por isso, não tenhamos teorema, só
muita coragem e muito medo.

Que nos seja, sobre todos, amor de amor.



Sinal de chuva no sertão

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