sexta-feira, 27 de abril de 2012
Fogueira *
O tijolo a casa e os móveis não são nada independentes.
De nada serve o tijolo separadamente.
Não há casa sem os tijolos que encontrei vida sim, dia não
E seria miserável de alma se apenas os móveis tivesse.
Há tempo em que, de certo, a ausência assola.
E se perde na casa vazia eco de amargura.
As vontades se criam na gente mas nada está.
A parede grande, branca e imponente de não serve
se não para lembrar como é duro ter passado.
Vezes outras a miséria toma conta do tempo.
E apesar de rico no dia dia, empossado de mil novos objetos,
o anoitecer sempre chega. Não há onde se abrigar.
O sentido se perde com dezenas de pregos nas mão:
Não se encontra, sequer, parte de tabique para os novos sedutores quadros ostentar.
Casos sim, empera a desilusão.
Os tijolos catados com cuidado jardineiro,
fazem nu o destino quando não querem nele mais estar.
De buraco em buraco a parede ilumina,
até, apenas pó, o futuro se tornar.
Mas amor acontece de repente:
De surgir sutilmente lareira que nada deixa ausentar.
É parede, é tijolo e o lar dos meus retratos
que sob ela se exibem orgulhosos.
Dias a fio pode estar sem lenha sequer queimar,
mas basta brisa gelada de inverno para seu motivo reinventar.
E vem lá: Memórias boas, sonhos bons, saudade dura,
sorrisos novos nuca hão de faltar.
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